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    Restauracao

     Parte 5

    O Sentido Espiritual da Palavra

    Capítulo 82
    A Restauração do Conceito sobre Deus 


    82. Como compreender Deus e a Trindade

    82.1- Antes de abordarmos este assunto, é necessário fazer uma breve introdução sobre Constantino e o credo cristão. Os ensinamentos da Igreja Católica estabeleceram, no século IV, que a "Trindade Divina de três pessoas infinitas, iguais e onipotentes existia desde a eternidade e que Jesus Cristo era nascido de toda a eternidade". Esse credo foi estabelecido no ano 325, pelo Concílio de Nicéia. Já um outro credo, chamado "Credo dos Apóstolos" porque é mais antigo, estabelecido nos primeiros tempos da Igreja Cristã, não menciona uma Trindade de pessoas divinas "existente desde a eternidade". Há, pois, uma divergência fundamental entre as duas declarações, divergência que mudou o rumo de toda a teologia.

    82.2- Os apóstolos dos três primeiros séculos da era cristã tinham uma fé simples e deixavam de lado aquilo que não entendiam, até que a luz lhes fosse dada do alto. Todo o esforço dos primeiros cristãos se orientava no sentido do amor a Deus e das relações fraternais. E como eram perseguidos tenazmente pelos pagãos, entregavam-se inteiramente à sua crença, sem motivo para dúvidas.

    82.3- No início do século IV, porém, sobreveio uma grande mudança: Constantino, o Grande, Imperador de Roma, fez-se cristão. Essa conversão foi fatal à simplicidade e pureza do cristianismo: milhares de pessoas da corrompida aristocracia romana ingressaram na Igreja por motivos de interesse. O espírito de dominação que até então imperava em Roma como cidade transferiu-se também para o seio da Igreja.

    Por essa época, um bispo chamado Árius pregava contra a Divindade de Jesus Cristo, dizendo que, se Jesus fosse mesmo Deus, o universo teria desaparecido quando Ele morreu na cruz. Portanto, ele dizia, Jesus era um homem comum, diferente de Deus.

    82.4- A fim de combater a heresia de Árius, Constantino convocou um concílio de bispos em Nicéia. Reunidos os bispos e patriarcas, em vez de buscarem nas próprias Escrituras a resposta ao dogma ariano, eles consultaram seu próprio entendimento e formularam a teoria de que, de fato, Jesus Cristo não era Deus, mas Filho de Deus. Assim ficou estabelecida a crença numa Trindade de pessoas Divinas, cada uma delas sendo Deus. Assim a Igreja Cristã afastou-se da idéia genuína dos primeiros tempos a respeito do Senhor Jesus Cristo como o próprio Deus que Se fez carne e habitou entre nós.

    83.6.5- Formulado segundo essa crença em três pessoas Divinas, o Credo Atanasiano, um dos primeiros credos oficiais depois do Concílio de Nicéia, termina com estas palavras: "Esta é a fé católica (universal). Se qualquer homem nela não crer fielmente, não poderá ser salvo". Daí toda liberdade de pensamento desapareceu. Ou se aceitavam as idéias dos autocratas que redigiam os credos ou se era ameaçado à condenação eterna. Temos, portanto, razão para pôr de lado esses credos e voltar nossa atenção para a Bíblia, com o propósito de investigar sua doutrina genuína e de verificar se a nova revelação nos dá a luz, há tanto tempo esperada... Essa luz nos mostrará a verdadeira natureza de Deus, esclarecendo-nos como devem ser compreendidos o Pai e o Filho.

    82.5- O NASCIMENTO DE CRISTO

    82.5.1- Começaremos examinando as passagens que têm relação com o nascimento do Senhor. Lemos no Evangelho de Lucas que o anjo disse a Maria:

    "E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacob, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:31-35).

    82.6- Vemos que Maria concebeu do Espírito Santo, da sombra do Altíssimo. Não se faz menção a um Filho de Deus que tenha existido anteriormente. O Filho de Deus de que se fala está no futuro somente: o Santo que nasceria dela haveria de chamar-se Filho de deus. Para que o cristianismo tradicional tivesse razão quando afirma que o Filho existia antes de nascer, a passagem deveria dizer: O Filho de Deus desceu e foi concebido por ela.

    82.7- O Evangelho de Mateus leva-nos à mesma conclusão:

    "E (José) não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus" (1:25).

    Em nenhuma parte se encontra que Jesus Cristo tenha dito que Ele nascera desde a eternidade. O que se pode concluir, sempre que Ele se refere a Seu Pai, é que Ele foi concebido pelo concebido pelo Poder do Altíssimo.

    82.8- O SENHOR DESDE A ETERNIDADE

    82.8.1- Há, entretanto, uma passagem na Bíblia em que o Senhor noz diz que ele existia desde antes de Abrahão:

    "Disse-lhe Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abrahão existisse eu sou". (João 8:58).

    Devemos notar, porém, que ele não disse ter nascido de toda a eternidade. Naquela passagem não está dito que Ele existia como pessoa ou ser separado de deus antes de nascer na Terra, mas apenas que já existia antes de Abrahão.

    82.8.2- Podemos, também, concluir que Jesus Cristo tenha existido -não que tenha nascido- desde a eternidade pelas seguintes palavras do Evangelho de João:

    "No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus, e o Verbo estava com Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós..." (João 1:1 e 14).

    O Verbo que existia desde o princípio, e que era Deus, é a Verdade, a Divina Verdade. Este Verbo ou esta divina Verdade, ao descer a terra e se fazer carne, chamou-se Jesus Cristo ou filho do Homem. No íntimo da Divina Verdade encontra-se o Divino Bem, a que Jesus Cristo chamava de Pai. Isto quer dizer que o Divino Bem e a Divina Verdade, chamados Pai e filho, são atributos de um mesmo Ser Divino.

    82.9 - O SUPREMO ENSINAMENTO

    82.9.1- O maior e mais importante ensinamento da nova revelação é que Deus mesmo, chamado JEHOVAH no Antigo Testamento, desceu do céu e veio ao mundo. Ele revestiu-se de um corpo físico humano e chamou-se Jesus Cristo ("Jesus"= JEHOVAH salva). Que Jesus Cristo e o Pai sejam uma única pessoa, Ele mesmo no-lo ensinou: "Eu e o Pai somos Um" (João 10:30).

    "Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Felipe? Quem me vê a mim vê ao Pai..." (João XIV, 9).

    É evidente que não se trata de duas pessoas. Ao contrário disso, no Antigo Testamento se afirma, como veremos, que JEHOVAH Deus mesmo haveria de vir ao mundo e que fora d'Ele não há outro Deus. Se o leitor supõe que o Pai e o Filho são duas pessoas distintas em suas ações, como pode pensar em Deus como sendo um só? Evidentemente pensará em tantos deuses quanto forem as pessoas divinas que admitir. Não pode, pois, obedecer, em espírito, ao primeiro e grande Mandamento:

    "Ouve Israel: JEHOVAH nosso Deus, JEHOVAH é um".

    82.10 - A UNIDADE DE DEUS

    82.10.1- Que Deus é constituído por uma única pessoa é o que nos ensina a Bíblia, de maneira irrefutável. As passagens que se seguem foram tiradas do livro de Isaías:

    "Eu sou o Senhor, e não há outro: fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças. Para que se saiba desde o nascente do girei, ainda que tu não me conheças. Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro: eu sou o Senhor e não há outro". (Isaías XLV, 5-6).

    "Anunciai e chegai-vos e tomai conselho todos juntos: Quem faz ouvir isso desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu o Senhor? E não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há fora de mim. Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus e não há outro (Isaías XLV, 21-22).

    82.10.2- Poderíamos citar muitas outras passagens semelhantes, porém as que acabamos de transcrever bastam para acentuar o fato de que só há um Deus, cujo nome foi chamado JEHOVAH no Antigo Testamento e que veio ao mundo na pessoa de Jesus Cristo.

    82.11 - JEHOVAH É NOSSO SALVADOR E REDENTOR

    82.11.1- Os ensinamentos dos profetas nos mostram claramente que foi JEHOVAH mesmo, nosso único Deus e Senhor, que veio à Terra para salvar e redimir os homens. Basta-nos citar as seguintes passagens:

    "Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador" (Isaías XLIII, 11).

    "...E toda a carne saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador e o teu Redentor, o Forte de Jacob". (Isaías XLIV, 24).

    82.11.2- Se ainda restarem dúvidas sobre se foi JEHOVAH mesmo que veio ao mundo, cremos que elas se dissiparão diante das seguintes passagens:

    "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus." (Isaías XL, 3).

    "Aniqüilará a morte para sempre. assim enxugará o Senhor JEHOVAH as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra: porque o Senhor o disse. E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos". (Isaías xxv, 8-9).

    "Eis que o Senhor JEHOVAH virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele e o seu salário diante da sua face. Como pastor apascentará o seu rebanho: entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço." (Isaías XL, 10-11).

    82.12.3- Há, também, uma profecia no livro de Zacarias a respeito da nova Igreja e sua fé em Deus como sendo uma única pessoa:

    "E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Seu nome" (14:9).

    82.12.4- Leiamos, agora, o notável versículo quinto do capítulo 63 de Isaías, esse livro já tantas vezes citado: "E olhei e não havia quem me ajudasse; e espantei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o Meu braço Me trouxe a salvação". Compreende-se, pela leitura deste versículo, que ele se refere a JEHOVAH mesmo.

    82.12.5- Nas várias passagens que acabamos de examinar, nada encontramos que nos autorize a afirmar que JEHOVAH enviaria uma outra pessoa ao mundo. Pelo contrário, lemos que o Seu próprio braço que operou a salvação. Seu "braço" significa a natureza humana de que JEHOVAH Se revestiu a fim de poder descer até os homens e salvá-los dos pecados e do poder do inferno. Que seria Ele mesmo quem viria ao mundo para salvar, isto está claro pelo seguinte versículo, também em Isaías:

    "E naquele dia se dirá: eis que este é o nosso Deus a quem aguardávamos, e Ele nos salvará; este é JEHOVAH, a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos" (25:9).

    82.13- A RELAÇÃO ENTRE O PAI E O FILHO, O SENHOR JESUS CRISTO

    82.13.1- Há quanto tempo está Deus com a Igreja Cristã sem que ela tenha conseguido conhecê-lo! Não sabem que Cristo e o Pai são uma só pessoa! Lemos em João, capítulo 14, versículos 6 a 8:

    "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto. Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta". O mesmo pedido continua sendo formulado pela Igreja Cristã de hoje: "Mostra-nos o Pai". e o Senhor, que voltou a nós em Espírito, nos responde com a mesma clareza com que falou a Felipe: "Estou há tanto tempo convosco e não me tendes conhecido, Felipe? Quem me vê a mim vê o Pai: e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo nãoue eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai que está em mim é que faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me ao menos por causa das mesmas obras" (João 14:9 a 11).

    84.13.2- O Senhor lamentava que Felipe não entendesse que ele e o Pai são uma só e mesma pessoa. Mas essa verdade ainda não foi conhecida pela grande maioria dos cristãos, que não compreende que o Pai habita nEle como a alma no corpo. De fato, são poucos os que compreendem estas palavras de Paulo:

    "Porque em Jesus Cristo habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9).

    82.13.3- Se o Pai e o Filho são uma só Pessoa, e se o Espírito Santo é o Divino Poder que emana dessa Pessoa, que significa a Divina Trindade? A resposta a esta pergunta pode ser encontrada já no primeiro capítulo da Bíblia, em Gênesis 1, versículos 26 e 27, onde está escrito que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Se o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, é lógico que no homem deve haver uma trindade correspondente. A trindade existente no homem é apresentada pela alma, o corpo e as obras e palavras resultantes da conjunção dos dois primeiros. É, pois, a trindade de corpo, alma e operação. No Senhor Jesus Cristo existe essa trindade, embora num grau infinitamente superior: a alma do Senhor foi chamada Pai, a natureza humana de que a alma se revestiu foi chamada Filho, e Sua operação ou influência no homem foi chamada Espírito Santo.

    82.13.4- Deus não tinha um corpo físico, humano, até a Sua vinda à terra, porque enquanto a raça humana estava em sua integridade não havia necessidade de Ele se revelar aos olhos corporais do homem, num corpo físico visível. Todavia, Deus sempre esteve potencialmente na forma humana, é evidente, pois essa forma veio d'Ele. Essa presença potencial na forma humana é comparada à existência, numa semente, da forma potencial de todo o vegetal

    82.13.5- Embora essa explicação faça desaparecer muitas das dúvidas existentes com relação À Divina Trindade, outras dúvidas, entretanto, continuarão a surgir:

    "Por que o Senhor orava ao Pai e em certa ocasião disse que o Pai era maior que Ele? Por que está dito nas Escrituras que o Filho está sentado à direita do Pai? Como foi possível que Deus, tendo vivido na terra por algum tempo, pudesse, nesse intervalo, governar todos os céus e terras?"

    82.13.6- Para compreender tais coisas devemos primeiramente conhecer algo da natureza da alma e de suas relações com o corpo. A alma de um homem é o mais elevado receptáculo da vida que vem de Deus. A alma dá vida ao corpo e à mente e é superior à própria consciência. A alma do homem provém de seu pai e o corpo de sua mãe, enquanto a mente participa dos dois. A alma do Senhor não era como a alma do homem, receptáculo de Vida, mas a própria Vida Divina,

    o próprio Deus. A Alma ou a Vida de Jesus procedia do Infinito Deus e era esse Deus, como lemos em João :

    "No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus, e o Verbo estava com Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós..." (João 1:1 e 14).

    82.13.7- Quando nasce, o homem tem alma e corpo, mas ainda não possui a mente a não ser em estado potencial. Logo que uma criança começa a receber sensações do mundo por intermédio do corpo, a alma começa a trabalhar em face das sensações que lhe chegam pelos sentidos do corpo, e por esse intercâmbio da alma e do corpo a mente começa a crescer. A mesma coisa ocorreu em Jesus Cristo: Ele aprendeu como as outras crianças, embora de um modo muito mais rápido e perfeito. A Sua mente participava da natureza Divina que Ele havia recebido do Pai (Sua Alma) e participava também de Maria, de quem havia tomado a matéria de que formou um corpo. Durante a Sua vida terrena, afastou, gradualmente, as fraquezas que provinham de Maria e, ao proceder assim, aperfeiçoava Seu Humana e o fazia Divina.

    82.13.8- Este processo de aperfeiçoamento é chamado, nos Evangelhos, de glorificação, como se verifica nas seguintes passagens:

    "...disse Jesus: Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado n'Ele. Se Deus é glorificado n'Ele, também Deus O glorificará em si mesmo e logo O há de glorificar" (João 13:31-32).

    "Os Seus discípulos, porém, não entenderam isso no princípio; mas quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito d'Ele" (Ib.12:16).

    "E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que n'Ele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado" (Ib., 7:39).

    82.13.9- O Senhor foi glorificado gradualmente e só alcançou completa glorificação quando ressurgiu. Antes da glorificação plena, Ele falava como se o Pai fosse maior que Ele, orava ao Pai como se fora outra pessoa. Após ressurgir dos mortos, porém, apareceu aos discípulos na glória de Sua Divindade e lhes disse:

    "É-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mateus 28:18). O humano que Jesus havia assumido durante Sua vida terra chegou a ser puramente Divino e unificado à Sua Alma, chamada Pai, e é por isso que Paulo disse que n'Ele "habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Col.2:9).

    82.13.10- Antes da glorificação plena, o Senhor tinha, por assim dizer, duas mentes: a que participava da natureza de sua Alma e a que participava da natureza de Seu corpo. A este respeito, Ele assemelhava-se aos homens, pois nós temos uma mente superior que deseja elevar-se segundo os princípios mais nobres da alma, e uma mente inferior, que quer satisfazer apenas os desejos do corpo. Em certas ocasiões, vence nossa mente superior, em outras, vence a inferior. No Senhor, porém, sempre venceu a mente superior. Ele foi sem pecado.

    82.13.11- O fato de o Senhor ter orado ao Pai não quer dizer que ele fosse uma pessoa distinta do Pai. Davi também falava à sua própria alma, dizendo:

    "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? (Salmo 42:5); "Louva ao Senhor, ó minha alma" (Salmo 146:1).

    Não obstante, Davi e sua alma não eram pessoas distintas. Podemos pedir à nossa mente superior que nos governe e podemos submeter nosso corpo ao domínio de nosso espírito; por assim procedermos, não seremos, entretanto, duas pessoas, mas apenas uma.

    82.13.12- A alma de Jesus, que era o próprio Ser Divino, podia governar o céu e a terra, enquanto a mente que se ia formando em Seu corpo, durante Sua permanência na terra, seguia o processo normal de aperfeiçoamento.

    82.13.13- Também compreenderemos facilmente a passagem em que é dito que Jesus se sentava à mão direita (dextra) de Deus, se soubermos o significado da palavra dextra. Nossas mãos constituem os meios de que nos valemos para realizar nossos desejos. Por elas temos força e poder. Na Bíblia, a mão direita (dextra) representa o poder ou a habilidade de que dispomos para alcançar nossos fins. A prova de que a mão ou o braço representam o poder, temo-la no Antigo Testamento, quando JEHOVAH diz:

    "E olhei e não havia quem Me ajudasse; e espantei-Me de não haver quem Me sustivesse; pelo que o Meu braço Me trouxe a salvação" (Isaías 63:5).

    82.13.14- Que o Pai e o Filho não são duas pessoas distintas, vê-se também pelas seguintes palavras do Novo Testamento:

    "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse O fez conhecer" (João 1:18).

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