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    4 - Pedro

     Parte 4 - Livros do Novo Testamento

    Capítulo 72

    Pedro

    72. Cartas de Pedro

    72.1- Como sabemos pelos Evangelhos, Simão Pedro, também chamado Kephas ou Cefas, que quer dizer "pedra" (daí Petrus), era um pescador no lago de Genezaré (Mar da Galiléia), como seu pai Jonah ou João. Tinha um irmão chamado André. O chamado de Pedro e seu irmão, por Jesus Cristo, é relatado em três dos Evangelhos: assim que ouviram o chamado do Senhor, eles deixaram suas redes e O seguiram. Nessa época, Pedro já era casado; parece, até, que era em casa de Pedro que o Senhor Jesus Cristo se hospedava quando ia a Cafarnaum, durante os três anos, aproximadamente, que durou o Seu ministério público na Palestina. Durante esse tempo, Pedro seguiu o Senhor sempre de perto, destacando-se em vários momentos.

    72.2- Passando por cima de vários eventos relatados a respeito desse discípulo, muitos dos quais retratam a fraqueza da fé humana, como o instante em que Pedro temeu e negou ao Senhor por três vezes, vamos encontrá-lo depois, nos relatos do livro dos "Atos", como um dos principais apóstolos. Esteve presente nas reuniões dos discípulos nos dias logo depois da ascensão do Senhor; sugeriu a escolha de novo apóstolo em lugar de Judas Iscariotes; levantou-se para explicar ao povo o milagre da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes; junto com João, curou um coxo junto à porta do templo; censurou severamente a avareza de Ananias e Safira; foi preso, açoitado e depois solto. Seu trabalho se estendeu à Samaria, aonde foi confirmar a crença de alguns cristãos recém convertidos e transferir-lhes os poderes do Espírito Santo. Também foi enviado à casa de Cornélio, embora com certa resistência, pois Pedro tinha dúvidas quanto à universalidade da nova religião, se devia ou não ser levada a todo o mundo. Nesse aspecto, Paulo cumpriu um papel fundamental, como já se falou anteriormente, pois foi Paulo que argumentou com Pedro, alguns anos mais tarde, na Antioquia, quando Pedro parecia ainda indeciso quanto a essa questão. Pedro teve de enfrentar a censura de Paulo, por ter sido dúbio quanto à genuína conduta cristã em face das práticas do judaísmo.

    72.3- Quanto ao mais, supõe-se que Pedro permaneceu em Jerusalém durante muito tempo. A tradição da Igreja Católica Romana diz que ele teria sido o primeiro bispo em Roma, portanto precursor dos papas, mas não há fatos históricos que o confirmem. Na verdade, não há fatos que sequer provem que ele etóricos que o confirmem. Na verdade, não há fatos que sequer provem que ele esteve algum dia em Roma. O que parece certo é que ele foi martirizado no ano 67, no tempo da grande perseguição movida por Nero contra os cristãos. O teor de suas cartas (ou, pelo menos, de sua primeira carta) nos mostra em Pedro um homem de espírito humilde e um exemplo de amor cristão, pois, sendo repreendido publicamente por Paulo na Antioquia e nas cartas que Paulo enviou à Galáxia, Pedro assim mesmo faz honrosa referência a Paulo e se submete às palavras deste, pondo assim em prática o que ele mesmo, Pedro, escreveu: "Sede sujeitos uns aos outros; e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (I Pe.5:5). Assim, Pedro tornara-se exemplo vivo daquilo que Jesus Cristo um dia lhe falou: "Quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos; e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras. E disse isto significando com que morte ele havia de glorificar a Deus" (João 21:18-19). Com efeito, a tradição cristã acredita que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.

     

    72.4- A Primeira Carta de Pedro

    72.4.1- A primeira epístola de Pedro foi sempre aceita como autêntica e genuína. Já nos séculos II e III os teólogos faziam referência a esta carta de Pedro ou, então, não a incluíam entre as obras de aceitação duvidosa. Jerônimo, por exemplo, escreveu: "Pedro escreveu duas cartas universais, sendo que a segunda delas muitos negam ser de autoria dele, devido ao estilo, que difere do da primeira". Orígenes fez a mesma observação, assim como o fizeram muitos outros patriarcas cristãos daqueles primeiros séculos. A data desta primeira carta é fixada entre 64 e 67 AD. Não se sabe de onde Pedro a escreveu; embora ele cite a Babilônia no cap.5:13, não se sabe se esse nome é empregado simbolicamente em relação a Roma.

    72.4.2- Dirigida aos cristãos judaicos, dispersos pelas diversas regiões da Ásia Menor, a finalidade da Primeira Carta de Pedro é exortá-los quanto a diversas coisas, tais como: a natureza da nova religião em relação à antiga, judaica; práticas e deveres especiais, de caráter mais prático, na vida do cristão. Destaca-se a explícita referência que Pedro faz a Jesus Cristo, como sendo o Salvador Divino, a verdadeira Pedra fundamental da Igreja (I Pe.2:4 a 7); ali ele parece aludir ao nome que lhe haviam dado, pretendendo assim refutar, de antemão, a heresia que veio surgir mais tarde de que ele, Pedro, era a pedra fundamental da Igreja.

    72.4.3- A primeira carta de Pedro tem 5 capítulos e 105 versículos.

    72.5- A Segunda Carta de Pedro

    72.5.1- Desde a antiguidade têm havido dúvidas quanto à autoria e à autenticidade da Segunda Carta atribuída a Pedro. Esta não foi tão aceita como a Primeira, tendo sido, inclusive, deixada fora da primeira tradução siríaca do Novo Testamento. Por outro lado, há os que defendem sua autenticidade, baseados nas evidências internas da carta. Segundo esses, parece que as matérias de ambas as cartas são tão concordantes, coerentes e homogêneas, que, a despeito das dúvidas, pode-se deduzir que se trata mesmo de um escrito do grande apóstolo Pedro. De qualquer forma, se esta segunda carta não foi escrita por Pedro, "então a pessoa que a forjou não só tinha uma capacidade extraordin que a forjou não só tinha uma capacidade extraordinária de imitar o estilo do apóstolo, como também entendeu muito bem os propósitos da primeira carta, com o qual os antigos pareciam não estar familiarizados" (Michaelis). Realmente, a linguagem desta epístola, especialmente no primeiro capítulo, comparada com os discursos de Pedro nos "Atos" e com o estilo da primeira epístola, parece indicar que o autor é, de fato, o mesmo Pedro.

    72.5.2- Pedro escreve como alguém já idoso, aproximando-se do seu fim (1:14), que já tinha dirigido uma epístola aos mesmos leitores (3:1), os quais se achavam sob perseguição por causa de sua crença. Ele teria escrito esta segunda carta não muito tempo depois da primeira e pouco antes de sua morte.

    72.5.3- O assunto da Segunda Carta de Pedro é uma continuação do tema da Primeira, aconselhando os cristãos a que perseverem na verdade e não caiam nos erros daqueles tempos. Reafirma o valor das profecias das Escrituras, alerta contra os falsos ensinos e avisa que é certa a volta do Senhor. Segundo a opinião de Sir Isaac Newton, o grande cientista inglês, em sua obra teológica intitulada "As profecias de Daniel e o Apocalipse", a Segunda Carta de Pedro é uma explicação do Apocalipse. As igrejas cristãs já teriam tido conhecimento do livro de João, mas, com dificuldade em compreender aquelas palavras, são orientados por Pedro, que lhes dirige esta carta fazendo comena carta fazendo comentários sobre os eventos relatados no Apocalipse. De fato, o leitor atento vai perceber grande coerência nas idéias e expressões destas duas obras, havendo de concordar com a observação de Isaac Newton.

    72.6- Assuntos da Primeira Carta de Pedro

    1- Dirige a carta aos irmãos e agradece a Deus por eles, descrevendo o estado espiritual e as virtudes deles. A salvação deles fora predita pelos profetas; deviam ter ânimo, ser obedientes e santos; em oração, deviam considerar o alto preço com que foram comprados; como suas almas tinham sido purificadas pelo Espírito, deviam viver em amor mútuo. Fala da fragilidade do homem e da imutabilidade de Deus. Cap.1.

    2- Deixando a malícia, deviam desejar o nutrimento da Palavra, pois os cristãos são pedras vivas, destinados a edificar uma casa espiritual. Cristo é a Pedra principal, mas também pedra de tropeço para os incrédulos. A conversão desses cristãos. Pedro lhes roga que se abstenham das cobiças carnais e vivam honestamente, submissos às autoridades, mas livres do mal. Instrui-os a que aceitem as perseguições e aflições, assim como Cristo padeceu por todos, mesmo não tendo nenhum pecado. Cap.2.

    3- Deveres das esposas em relação aos maridos e dos maridos eos e dos maridos em relação às esposas. Regras de vida cristã piedosa. Deus ama e socorre os que fazem o bem, mas sua face é contra os perversos. A bem-aventurança que era padecer por Cristo, pois que Cristo padeceu por todos e resgatou os espíritos na prisão. Cap.3.

    4- Segundo o exemplo de Cristo, aquele que padece na carne vence o pecado; os cristãos não devem mais voltar a viver conforme os velhos costumes. Prega a caridade e a hospitalidade; que todos os atos sejam feitos em Deus. A alegria pelo fato de serem participantes das aflições de Cristo. Se alguém sofre, que seja como cristão, pois o julgamento está à porta. Cap.4.

    5- Admoestação aos líderes da Igreja para queja para que conduzam o rebanho sem constrangimento nem qualquer sentimento de ganância, domínio, etc., mas sendo exemplos; aos jovens, que se submetam com humildade, resistindo ao mal. A bênção apostólica, outras recomendações e informações. Saudações finais. Cap.5.

    72.7- Assuntos da Segunda Carta de Pedro

    1- O caráter daqueles a quem a carta era destinada; que graças deviam possuir para que dessem frutos no conhecimento de Deus; deviam ser diligentes a fim de assegurarem seu chamado e eleição. As palavras que Pedro lhes dirigia não eram dele, mas as recebera de Cristo, o qual ele vira transfigurar-Se. Cap.1.

    2- Alerta contra os falsos mestres, que haveriam de perverter a muitos e os destruir. Na destruição do mundo antigo, Noé e Ló foram protegidos da destruição; da mesma forma, o Senhor livra os fiéis e castiga os infiéis. A vida dos que fazem o mal e sua recompensa. O perigo de os fiéis voltarem atrás e se tornarem pior que antes. Cap.2.

    3- Descreve a natureza das heresias que iriam surgir, que negavam a volta do Senhor. Ele voltará para julgar o mundo, como prometeu; a necessidade de todos estarem preparados e irrepreensíveis para esse tempo. Fala de alguns pontos nas cartas de Paulo que são torcidos por ignortorcidos por ignorantes e inconstantes. Os cristãos deviam se precaver quanto a isto. Saudações finais. Cap.3.

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    Avaliação do Capítulo 72

    1. Que sabemos sobre a autoria das duas cartas de Pedro?

    2. A quem foi dirigida a primeira carta?

    3. Que semelhança há entre Isaías 1:16 e I Pedro 3:11 ?

    4. No olor="#000080">4. No cap.5, vers.1 a 4, o que ele ordena aos sacerdotes ?

    5. Na segunda carta, cap.2, que pessoas ele cita como exemplos de justiça?

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